Quais são as experiências que as pessoas têm buscado no metaverso e como as empresas podem aproveitar essa demanda? 

O romance de ficção científica Snow Crash, escrito por Neal Stephenson em 1992, foi o responsável por apresentar o primeiro conceito sobre o termo “metaverso”, que funcionava como uma ponte entre as realidades física e digital. 

Hoje, quando as empresas de tecnologia falam sobre o tema, se referem a algo muito mais amplo e as experiências imersivas no metaverso podem incluir realidade virtual, realidade aumentada – uma combinação do mundo físico com o digital – ou até mesmo os mundos completamente virtuais, como o Fortnite, que pode ser acessado por meio de computadores, consoles e até smartphones. 

Segundo o Relatório de Tendências de 2021 da Newzoo, 42% das pessoas entram no metaverso para encontrar amigos; 39% para assistir a shows dos artistas preferidos; e 41% para assistir a filmes, sempre com o objetivo de pertencer a mundos e realidades que extrapolem os limites físicos a partir de experiências personalizadas, individuais ou coletivas. 

Como as marcas ficam no metaverso? 

Na comunicação, empresas e marcas desenham estratégias de marketing para se relacionarem com seus seguidores nos ambientes tridimensionais. Um bom exemplo é o Metaverse Fashion Week, primeiro grande evento de moda digital, que contou com desfiles de grandes grifes como Paco Rabanne, Dolce & Gabbana e Tommy Hilfiger.  

Além de eventos, as celebridades e os influenciadores digitais passaram a desenvolver avatares e lançar produtos ou serviços dentro dos metaversos, inclusive brasileiros. É o caso da “Satiko”, avatar da apresentadora Sabrina Sato, e da “Pink”, avatar da empresária e influenciadora Bianca Andrade. 

A partir dos dados gerados dentro e fora do metaverso, é possível entender o que seu público espera ou até mesmo se vale a pena investir para posicionar o seu negócio nos universos imersivos. 

Veja ações de grandes marcas no metaverso: 

Nike 

Para crescer e atrair pessoas apaixonadas por moda e jogos digitais, a Nike, em 2021, elaborou a Nikeland dentro do jogo Roblox, além de anunciar a compra da empresa Artifact Studios (RTFKT), especializada na criação de tênis e artefatos 100% digitais. 

Itaú 

O Banco Itaú criou uma ação denominada #2022EmUmaPalavra, visando chamar a atenção do público gamer para sua campanha. A ideia inicial foi colocar a campanha nos outdoors da Cidade Alta, assim como nas cidades de São Paulo e Rio de Janeiro. 

Meta 

A Meta estreou diversos cenários simulados para o metaverso no Connect 2021, incluindo um para mídia e entretenimento com a finalidade de proporcionar diferentes experiências entre pessoas em lugares totalmente originais. 

Fortnite 

O Fortnite é um metaverso referência no universo dos jogos, principalmente por convidar artistas do mundo pop para a construção de grandes eventos e performances. Em 2020, a apresentação in-game do rapper Travis Scott gerou bastante notoriedade do público e grande mídia, em função do número recorde de 28 milhões de espectadores e a criatividade visual do show. A marca também fechou parcerias com Balenciaga, Gucci e Burberry, entre outras. 

Minha marca precisa estar no metaverso? 

Como foi exemplificado acima, as marcas já estão investindo nessa nova tendência, testando produtos, lançando campanhas, se conectando com os fãs e expandindo os limites do mundo real. Para as empresas, o metaverso oferece uma grande oportunidade para testar novas possibilidades, apostando em criatividade e inovação, podendo atingir um alcance expressivo e gerar novos negócios. 

Apesar de ainda ser um ambiente de descobertas e desafios, em breve, poderá se tornar primordial para todas as empresas estar dentro do universo virtual. Por isso, será preciso pensar em estratégias relevantes que as ajudem a permanecer com credibilidade nos metaversos, sem perder a essência e de forma que gere bons resultados futuros.