Novas relações de trabalho exigem atuação mais estratégica da comunicação. Confira tendências! 

Nos últimos anos, a forma como parte da sociedade entende o trabalho mudou de maneira significativa. Uma pesquisa recente, realizada em cinco países pela McKinsey & Company – empresa de consultoria empresarial -, mostra que há forte evasão de colaboradores em andamento. 

53% das organizações entrevistadas afirmaram que estão enfrentando uma maior rotatividade voluntária de funcionários. Dentre os profissionais entrevistados, 18% afirmaram ter quase certeza de que podem pedir demissão, 40% acreditam que existe uma possibilidade moderada e, entre os profissionais que pediram o desligamento nos últimos seis meses, 36% o fizeram mesmo sem ter um novo emprego em vista. Vale ressaltar que funcionários que se identificaram como não-brancos ou multirraciais são mais propensos a afirmar que deixariam o emprego por falta de pertencimento. 

Esse alerta vale também para as empresas brasileiras. De acordo com a revista Você S/A, 500 mil profissionais pedem demissão todo mês por aqui. Os motivos não são apenas financeiros: cada vez mais pessoas buscam flexibilidade, sentimento de pertencimento e alinhamento com os seus propósitos.  

“Até a década de 1990 a maioria das empresas focava somente em recompensas financeiras. Esse pensamento evoluiu e as companhias entenderam que para obtenção dos seus objetivos é fundamental ter as pessoas no centro de suas decisões. Por isso, a comunicação interna e a área de gestão de pessoas têm a responsabilidade de manter uma jornada saudável para os colaboradores, criar espaços colaborativos e flexíveis, com líderes inspiradores”, reflete Cristina Metidieri Piellush, diretora de RH e Desenvolvimento Organizacional da CDI. 

Mas afinal, como a comunicação interna contribui com os desafios de gestão de pessoas?Estratégias de conteúdo e ações de engajamento contribuem para a retenção de talentos e aumento de produtividade.  

Desafios e oportunidades 

Segundo pesquisa da consultoria global Great Place To Work (2022), a comunicação interna figura entre os principais desafios para gestão de pessoas, também apontada como uma das prioridades para os mais 2,6 mil profissionais respondentes, junto ao desenvolvimento de líderes, cultura organizacional e experiência do colaborador. 

As tendências em gestão de pessoas evidenciam a relevância estratégica das iniciativas de comunicação com funcinários. A Pesquisa de Tendências em Comunicação Interna 2022, divulgada pela Aberje em março, corrobora essa visão.  

De acordo com o levantamento, as ações de comunicação interna são orientadas por um planejamento estratégico em 79% das empresas e o alinhamento dos objetivos da CI com os objetivos de negócio são uma realidade para 87% das companhias. O ponto de atenção está na priorização das narrativas planejadas em detrimento às demandas pontuais do dia a dia, realizada por apenas 48% dos entrevistados. 

Com o propósito de que a comunicação interna seja mais efetiva as empresas empregam esforços em engajar líderes como comunicadores, gerenciar o excesso de informações e mensurar melhor os resultados das ações. 

Para fazer frente a tantos desafios, cada vez mais empresas têm investido em contratação de agências para apoiar o desenvolvimento da comunicação interna (55%), sendo essa parceria estratégica um caminho para atender às necessidades do público interno, do mercado e dos negócios. 

5 tendências de comunicação interna para ficar de olho 

1 – Promova o engajamento 

De acordo com a pesquisa State of the Sector 2021/22, realizada pela consultoria Gallagher, empresas com níveis mais elevados de atração e retenção de profissionais são aquelas que investem fortemente em uma cultura de feedback e se aprofundam nas estratégias para se comunicar no lado de dentro da organização. O estudo defende que, ao se sentirem compreendidos, colaboradores ficam mais propensos a acreditar que a empresa realmente os valoriza, o que aumenta o engajamento e melhora os resultados.  

2 – Pessoas em primeiro lugar 

Com uma comunicação mais horizontal, o profissional de comunicação interna assumirá uma posição ainda mais estratégica. Como falamos no começo do artigo, estar alinhado aos propósitos da empresa é o que mais atrai e retém funcionários no cenário atual. Sendo assim, convidar colaboradores para contribuir com conteúdos sobre suas especialidades é uma forma de valorizá-los e aumentar seus sentimentos de pertencimento com a organização.  

3 – Visão analítica 

A comunicação interna não ficou de fora da tendência global de uma estratégia baseada em dados. Ao mensurar os resultados obtidos com cada ação, será possível identificar o que deu certo e o que pode ser otimizado em ações futuras. 

No entanto, antes de analisar os dados é preciso estabelecer metas e traçar objetivos que sejam claros e estejam alinhados com as expectativas da organização.  

4 – Transformação digital 

Assim como tudo a nossa volta, a digitalização também é uma tendência na comunicação interna. Com maior adesão ao modelo híbrido, estar presente nos canais digitais é uma importante estratégia para uma comunicação ágil e efetiva. 

Intranet, aplicativo, grupos… A escolha das ferramentas utilizadas dependerá dos objetivos de cada empresa. O importante é que não haja desconexão no meio do caminho! 

5 – Onboarding 

Um grande desafio desse momento é promover a integração dos novos colaboradores que começaram suas jornadas no modelo híbrido ou remoto e, junto ao RH, a comunicação interna tem papel importante nesse processo. 

Ações que reforçam a cultura organizacional e a interação entre as equipes contribuem para o engajamento dos colaboradores em torno dos objetivos, fazendo da comunicação interna um aspecto fundamental para melhorar os resultados do negócio.